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Mediador: diretor de Investimentos da Funpresp, Tiago Dahdah

Primeiro debatedor do painel, o CEO da Itaú Asset Management A.G.F. no Chile, Wagner Guida, falou sobre a oferta de perfis de investimentos. Segundo ele, no Chile, existem cinco carteiras de investimentos, que mesclam diferentes tipos de riscos financeiros e vão do modelo mais arrojado ao mais conservador. O investidor chileno pode escolher livremente e trocar seus investimentos de fundo a qualquer momento, sem custos.

No Brasil, no entanto, Guida aconselha que os técnicos que administram esses fundos sejam capacitados a abordar o assunto de maneira mais simples, clara e objetiva. “Como vamos assessorar o cliente para lidar com perfis de investimentos sem que ele entenda os riscos? A gente tem que aprender a se comunicar com eles. Temos que ter uma linguagem mais simples, e não deixar de falar, por mais difícil que seja”, afirmou.

“Precisamos aprender a nos comunicar com o cliente”, disse Wagner Guida

Para Cristiano Arbex Valle, segundo convidado do painel, professor-adjunto e mestre pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG/DCC),  a falta de comunicação entre a teoria estudada e formulada nas universidades, e a prática das entidades que lidam com os recursos dos participantes. “Têm muitos temas que estudamos na academia que poderiam potencialmente colaborar com a gestão de recursos. Existem estudos de aplicação de teoria à pratica, mas, no Brasil, isso ainda é pouco explorado”, destacou.

O professor-adjunto do Departamento de Ciências da Computação da UFMG, Cristiano Arbex Valle

Na linha do obstáculo representado pela falta de compreensão sobre finanças e previdência , o diretor de Investimentos da Mongeral-Aegon, Cláudio Pires, revelou ser otimista: “o déficit educacional acontece em várias esferas, mas acho que está melhorando muito e rápido. A proliferação de conhecimento é um vetor e acho que ainda é baixo, mas tem melhorado de forma acelerada”, destacou.

Pires encerrou o painel falando também sobre a importância da regulação e da fiscalização do setor. “Existem linhas de defesa de trabalho para que o processo decisório seja limpo e  transparente, e cabe ao gestor fazer com que essas linhas de defesa funcionem. O processo de responsabilização é inexorável no mundo todo. Ainda que possa ter efeitos pedagógicos aqui ou ali para provar que o sistema funciona, as instituições estão se adaptando e é importante que as linhas de defesa funcionem”, finalizou. Esse painel teve especial relevância para a Funpresp, uma vez que a Entidade vai ofertar (a partir de 1º de janeiro de 2020) aos participantes a possibilidade de escolhas de perfis de investimento.

Da esquerda para a direita: Wagner Guida, Cristiano Arbex Valle, Cláudio Pires e Tiago Dahdah

PAINEL I – A previdência complementar dos servidores públicos: modelos de planos, longevidade, reformas previdenciárias e capitalização (mediado pelo diretor de Seguridade da Funpresp, Cícero Dias)

PAINEL II – Governança, gestão e reputação nas entidades de previdência complementar (mediado pelo diretor de Administração da Funpresp, Cleiton Araújo)