funpresp

Em bate-papo, Cícero Dias e Regina Dias contaram como serão os próximos anos do fundo de previdência exclusivo do servidor público federal 

São 107 mil participantes, quase 200 patrocinadores, mais de 400 aposentados e pensionistas, uma carteira de investimentos diversificada com 13,5% de rentabilidade ao ano e um patrimônio administrado de mais de R$ 9 bilhões. Esse é um resumo do que é hoje a Funpresp, o fundo de previdência complementar exclusivo do servidor público federal. Em 2023, a Fundação completou 10 anos de existência. E, com uma gestão focada no interesse dos participantes, os desafios para 2024 se ampliam cada vez mais. 

Empossados em dezembro do ano passado como novos diretor-presidente e diretora de Seguridade da Fundação, Cícero Dias e Regina Dias conversaram com a nossa equipe. Eles revelaram planos e desafios para o ano de 2024. Dentre eles, estão ultrapassar a marca de R$ 10 bilhões em patrimônio administrado ainda no primeiro semestre e passar a conceder empréstimos para servidores do Legislativo Federal e Banco Central (hoje, o consignado é ofertado apenas para servidores do Executivo Federal). Confira a seguir a entrevista completa com os novos gestores. 

Cícero Dias, diretor-presidente
Para 2024, Cícero Dias, diretor presidente, projeta R$ 10 bi em patrimônio ainda no primeiro semestre e 10 mil novos participantes

01) Quais são os desafios da Funpresp para o ano de 2024? 

Cícero Dias: Nosso desafio para o ano de 2024 é tornar a Funpresp ainda mais próxima do participante. A gente está na iminência da migração para um sistema mais moderno. Então, o primeiro ponto é transformar a Funpresp em uma previdência digital, de baixo custo. Com esse novo sistema, o participante poderá emitir um extrato mais moderno, com informações mais simples sobre o saldo da sua reserva e sua rentabilidade, além de ter acesso a soluções e funcionalidades, como: gerar boleto automatizado da contribuição facultativa, portabilidade, benefício, empréstimo e muito mais. E, claro, em continuidade aos projetos que vínhamos desenvolvendo, a gente quer, primordialmente, fortalecer o relacionamento com o participante. 

Regina Dias: Isso! É deixar a Funpresp cada vez mais amigável, mais ágil, com produtos que abranjam outras esferas da vida do participante. Isso é uma coisa que eu percebi muito no meu retorno. Eu já trabalhei na Funpresp assim que ela nasceu. Na época, a preocupação era se consolidar. Era mostrar que éramos viáveis, que a Funpresp tinha razão de existir. Isso tudo foi superado, e as bases estão firmadas. A preocupação da nova gestão é inovar, é ser mais abrangente na vida do participante.

02) E o que a Funpresp trará como projetos para o ano de 2024? 

Cícero Dias: Hoje, nós temos uma arrecadação que gira em torno de R$ 150 milhões por mês. E, com a rentabilidade da nossa carteira, a nossa previsão é que ultrapassemos a marca dos R$ 10 bilhões ainda no primeiro semestre de 2024. Além disso, a gente está com uma taxa média de juros no empréstimo consignado de aproximadamente 1,13% a.m. (14,38% a.a.), entre as menores disponíveis para a modalidade no mercado. E certamente essa taxa será revisada mais uma vez, como fazemos a cada quadrimestre. A tendência, de fato, é que ela vá cair porque as projeções de inflação também têm caído. Vale lembrar ainda que devemos passar a conceder empréstimos para servidores do Legislativo Federal e do Banco Central, uma vez que hoje esse benefício é concedido apenas para servidores do Executivo Federal que recebem vencimentos por meio do Siape/Sigepe. 

Regina Dias: Nós temos ainda um potencial gigante para o ano que vem de novas adesões devido ao Concurso Nacional para diferentes cargos anunciado pelo governo federal. Então, o nosso número de participantes crescerá muito no próximo ano. Dessa forma, não temos dúvidas de que a Funpresp logo vai subir ainda mais no ranking das maiores fundações nacionais. 

Cícero Dias: Para complementar, a previsão é que no próximo ano, só com esse concurso unificado, tenhamos em torno de 10 mil novos servidores em 2024 e, consequentemente, novos participantes aderidos à Funpresp. 

03) Como fazer com que os servidores tenham a Funpresp como parte de suas vidas? 

Regina Dias: O desafio está em comunicar a relevância da Funpresp para os servidores. E a nossa aposta será em educação previdenciária. Porque a gente sabe que a previdência, no Brasil e também no serviço público, a mudança de paradigma foi mais recente. Faz 10 anos que o servidor público tem uma previdência equiparada ao trabalhador privado. Ou seja, ele fica limitado ao teto do regime de previdência social e, o restante, ele precisará complementar com uma previdência privada. A Funpresp está pronta, e o participante precisa entender que a previdência agora é um problema dele, e não mais só um problema do governo. Ou seja, ele precisa tomar decisões buscando uma qualidade de vida maior quando o seu momento de descanso, o pós-laboral, chegar. 

04) A contribuição do servidor está em boas mãos? Como estão sendo aplicados os recursos e de que forma isso retorna para o servidor público? 

Cícero Dias: Sem sombra de dúvidas. Todos os anos a gente aprova uma Política de Investimento, um documento que dá diretrizes e orienta onde a gente vai aplicar os recursos. Essa política é construída baseada em uma resolução do Conselho Monetário Nacional que estabelece limites de onde a gente pode alocar esses recursos. Hoje, 80% do nosso recurso está alocado em Título Público Federal. E os outros 20% em crédito privado, em ações e investimentos do exterior. Desde 2013, nós temos rentabilizado mais do que o nosso índice de referência, que é IPCA + 4% a.a. E, no ano de 2023, a rentabilidade foi de 14,17% a.a. contra um índice de referência de 8,7%. Mais de 5 pontos percentuais a mais do que a gente se comprometeu a entregar no ano. 

Regina Dias: Dizer também que a gestão de investimentos é muito rigorosa no sentido de seleção de ativos. Porque o que é terceirizado (como, por exemplo, fundos de investimento) precisa passar por um processo de licitação. Os fundos são avaliados, inclusive, quanto à sua rentabilidade passada. Então, além de a rentabilidade da Funpresp ser boa, a governança dos investimentos, por força até da lei que criou a Funpresp, ela é acima da média em comparação com outros fundos de pensão. 

Regina Dias, diretora de Seguridade
Regina Dias: “a Funpresp é feita de servidores, por servidores e para servidores”

05) Por que é importante ter uma previdência complementar como a Funpresp? 

Regina Dias: A previdência complementar é amiga de três coisas: do tempo, do capital investido e da rentabilidade. A gente sempre diz que, na previdência complementar, quanto mais cedo, melhor. Então, é importante, primeiro, que o servidor faça a sua adesão. O tempo é o fator principal que faz o seu capital multiplicar, porque são juros compostos capitalizados. Então, cada vez que o servidor não adere à Funpresp, ele está deixando na mesa a contribuição do patrocinador. 

Cícero Dias: Hoje, a previdência complementar do servidor público federal, portanto, a Funpresp, além de um benefício, é uma necessidade. 

06) Qual o segredo da Funpresp nesses 10 anos para ter se consolidado como um dos maiores fundos de pensão do Brasil? 

Regina Dias: Nosso diferencial está no fato de que a Funpresp é feita de servidores, por servidores e para servidores. A Fundação vai além de planos de previdência, com uma série de benefícios. Eu acho que este é o segredo do sucesso da Funpresp: os servidores vêm para cá sabendo que não estarão desamparados, nem eles nem suas famílias. 

Cícero Dias: Eu acrescentaria ainda que o nosso segredo são os nossos valores: transparência, confiança e, principalmente, empatia com o participante. Nós estamos aqui diariamente preocupados no cuidado com os servidores e com os participantes. E por sermos também participantes, o cuidado com que temos com a gestão da previdência do servidor também é uma preocupação nossa. Então, tudo o que a gente faz e pensa é pensando no interesse e na proteção do participante e da sua família.