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A Organização Mundial de Saúde (OMS) tem reforçado a integralidade da saúde na construção de uma vida mais harmônica. Uma boa saúde vai além da ausência de doenças, tornando-se uma união de bem-estar físico, mental e social. Dentro dos aspectos sociais, uma relação financeira em desequilíbrio pode ser uma possível desencadeadora de ansiedade, depressão e estresse, além de pressão alta, problemas de cardíacos e neurológicos. A Funpresp conversou com especialistas para encontrar meios que auxiliem os participantes na construção de um dia a dia mais saudável.  

Rodrigo Siqueira, doutor em Psicologia e professor da FGV, PUC-RJ e PUC-PR, explica que, para a OMS, a saúde mental está relacionada ao nosso bem-estar, que tem a ver com a nossa capacidade de usar nossas habilidades, de se recuperar do estresse rotineiro, sermos produtivos e contribuirmos com a sociedade. O equilíbrio financeiro faz parte dessa conta. “Podemos entender que viver com preocupação financeira é uma situação que ameaça nossa saúde mental: quanto mais problemas com dinheiro uma pessoa possui, mais estresse e ansiedade ela vivencia. Essas emoções perturbadoras podem levar a gastos imprudentes, prejudicando mais ainda a situação financeira e, assim, emocional. É um ciclo perverso.” aponta o professor. 

Jefferson Bitencourt, nutricionista, acrescenta que o intestino pode ser considerado o “segundo cérebro” por inúmeros motivos, principalmente por sua ligação direta com o “primeiro cérebro”. Sabe-se que essa conexão é uma via de mão dupla: cada um manda e recebe recados. Devido a essa interação, podemos associar o estresse e a ansiedade como causadores diretos da gastrite e da chamada síndrome do intestino irritável. Essas emoções também podem mexer na nossa alimentação, impactando nossa saúde física de forma indireta. 

Tanto Siqueira quanto Bitencourt apontam que planejamento e equilíbrio, visando uma maior segurança financeira, são pilares para uma vida menos estressante e mais tranquila.  

Para entender melhor como implantar mecanismos que auxiliem na construção deste planejamento, a Funpresp conversou também com Márcia Dessen, planejadora financeira CFP (Certified Financial Planner) e colunista da Folha de São Paulo. Ela reforça que a falta de dinheiro e situações de endividamento provocam grande impacto na autoestima das pessoas, podendo afetar a produtividade no trabalho, criar conflitos familiares, gerar insegurança e ansiedade. “Para evitar, o segredo é viver dentro de suas posses, ajustando o padrão de vida à realidade atual, enquanto estuda e trabalha para construir um futuro melhor”, diz.   

 O orçamento doméstico é uma importante ferramenta na construção dessa vida mais plena. Entretanto, Dessen pontua que é preciso ser realista e contemplar todas as despesas pessoais e dos familiares. Ela destaca que as despesas pagas uma vez por ano e aquelas despesas pequeninas também devem estar presentes no orçamento. “(É necessário) fazer um orçamento detalhado com as receitas e despesas pessoais ou da família. Se pagar em primeiro lugar, separar cerca de 10% do salário para formar uma reserva financeira, necessária para situações imprevistas e emergenciais”, ensina.  

 O planejamento financeiro deve ser feito em perfeito alinhamento com o planejamento da vida. “Se isso for feito, garantimos que o dinheiro está sendo usado para proporcionar o bem-estar necessário e a melhor qualidade de vida que estiver ao nosso alcance”, recomenda a planejadora financeira. 

Outro fator importante na busca por uma vida em equilíbrio e, consequentemente, mais saudável é a autoconsciência. Siqueira sugere que seja investido um tempo para refletir como estão sendo vividos os dias. “Como está a alimentação? Prática de exercícios físicos? Não apenas o corpo, mas olhar para suas emoções: tem reservado espaço em sua vida para coisas que lhe agradam e divertem?”, provoca. 

Siqueira aponta que “uma das coisas que sabemos hoje é que o bem-estar está diretamente associado a uma vida mais holística, onde as diversas áreas como vida financeira, relacionamentos, trabalho, espiritualidade, família e saúde física estão sendo cuidadas e vividas com responsabilidade. Mente, corpo e espírito estão unidos, logo, devemos investir nosso tempo e energia para atividades que contemplem esses pilares”, finaliza o psicólogo.  

 Você pode estar se perguntando: em momentos de crise e diminuição do poder aquisitivo das famílias é possível manter as finanças em ordem sem perder em qualidade de vida? Sim, Dessen aponta que a reserva financeira é a tábua de salvação para atravessar os momentos de crise. Quem ainda não conseguiu formar a reserva, ela afirma que terá de renunciar a algumas coisas, adiar outras, lembrando que é uma crise, um período. “A vida é feita de escolhas, nas finanças não é diferente”, reforça Dessen. 

E por falar em qualidade de vida…  

A Funpresp marcou presença na 4ª edição da Corrida do Ministério da Economia, que ocorreu no dia 19 de junho, em Brasília (DF) e de forma virtual. Vem ver o que os seus colegas servidores corredores têm feito para cuidar do futuro: 

A corrida tem se tornado uma das mais populares atividades físicas. Isso porque, além de reduzir a gordura corporal e equilibrar os níveis de açúcares no organismo, ela também é acessível e responsável por aumentar os níveis de hormônios relacionados a felicidade. Além disso, por ser praticada na companhia de outras pessoas e em ambientes mais prazeroso, ela também está associada a redução do nível do estresse. Maravilhoso, não é? 

Que tal se inspirar nos seus colegas e escolher uma atividade física hoje mesmo para começar a praticar?