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Brasília, 22/11/2016 – A Funpresp-Exe recebeu neste mês a representante do Thrift Savings Plan (TSP) para participar do seminário Perfis de Investimentos. Durante o breve período em Brasília, Renée Guerin, diretora de Planejamento do maior fundo de pensão com contribuição definida do mundo, pôde conhecer o trabalho da Fundação. “É encorajador ver que a Funpresp usa o TSP como modelo”, comenta em entrevista.

Com cerca de 30 anos de existência, o fundo que administra planos de previdência dos servidores públicos federais dos Estados Unidos tem 4,9 milhões de participantes. “Hoje, quase 90% dos servidores públicos federais participam do plano porque sabem que é importante para o futuro deles”, analisa a diretora. Ela informa que o TSP já conta com US$ 480 bilhões em ativos.

Renée Guerin se reuniu no dia 11 de novembro com os diretores da Funpresp-Exe, quando pode conhecer o trabalho da Fundação e falar sobre a experiência internacional. Em seguida, deu entrevista sobre o cenário da previdência norte-americana e contou suas impressões sobre o futuro da Entidade brasileira.


Como funciona a previdência do servidor público federal nos Estados Unidos?

Antes de 1983, os servidores públicos federais tinham um plano de previdência de benefício definido. Esse plano geralmente dava a eles, depois de 30 anos de trabalho, cerca de 80% do último salário da carreira. Essa modalidade foi descontinuada e depois disso os servidores federais passaram a ter as três partes: um plano de benefício definido menor, o sistema de seguro social e o TSP. Desde 2010, temos a inscrição automática, então agora todos os servidores federais que entram no governo são automaticamente inscritos no TSP.

A taxa de adesão ao TSP é uma das maiores do mundo. Por que os servidores norte-americanos se engajam tanto na poupança previdenciária?

Eles entendem que, para ter a renda que querem e que precisam na aposentadoria, precisam guardar dinheiro no TSP. Hoje, quase 90% dos servidores públicos federais participam do plano porque sabem que é importante para o futuro deles. Nós os encorajamos, tentamos prover informações que os ajudem a tomar as decisões no plano. Além disso, as pessoas estão vivendo mais. Elas sabem que precisam ter dinheiro suficiente para um tempo maior de vida. Isso as encoraja, especialmente os mais jovens, a participar do plano, pois sabem que viverão por muitos anos após se aposentar.

Você teve oportunidade de conhecer de perto a Funpresp. Qual sua avaliação sobre o desenvolvimento do modelo no Brasil?

É encorajador ver que a Funpresp usa o TSP como modelo. Vejo que a Fundação superou os primeiros desafios com os servidores entendendo e aceitando a missão do fundo. A adesão automática recém-aplicada ao plano vai provocar algumas mudanças. Então, daqui a cinco anos, a Entidade estará muito maior. Será interessante ver o amadurecimento da Funpresp e observar a mudança de pensamento dos servidores civis sobre o fundo.

Qual o perfil do participante do TSP e como o fundo se relaciona com ele?

É muito diverso. Temos uma população que vai dos 18 anos aos 80. Temos que usar todas as ferramentas possíveis para chegar a eles. Nós segmentamos os participantes para entendê-los. Alguns deles são especialistas em investimento, enquanto outros não têm conhecimento na área. Temos servidores civis e militares. Além disso, nossa população está em todo o mundo, então temos que levar em consideração que alguém que trabalha dentro dos EUA tem acesso à informação diferente de quem trabalha fora do país. Então é um público muito variado com um objetivo comum: ter uma aposentadoria confortável. Nosso desafio é chegar a todos eles da melhor forma possível.