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Brasília, 02/08/2016 – “Você sempre escolhe o que é melhor pra você? ”. Esse foi o questionamento que a doutora em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Vera Rita Ferreira fez logo no início da palestra desta segunda-feira (01/08), no auditório da Funpresp-Exe. Ela foi a convidada de agosto do Café Funpresp – Ciclo de Palestras, um evento mensal voltado para os empregados, colaboradores e parceiros da Funpresp. Vera Rita falou sobre a influência recíproca entre a economia e a vida das pessoas. “Nossa intenção é sempre escolher o melhor, claro, mas nem sempre temos a clareza para identificar o que de fato é o melhor. ” De acordo com a professora, os sentimentos, pensamentos e comportamentos interferem diretamente na tomada de decisões, inclusive nas escolhas econômicas. São elas que ajudam a definir, por exemplo, se um servidor vai aderir ou não a um plano de previdência complementar. “As escolhas a longo prazo, como o caso da aposentadoria, são as que mais causam resistência em nós, porque tendemos a privilegiar o presente. É difícil projetarmos algo que está tão distante de acontecer”, afirma a palestrante. O fato de ser uma escolha intertemporal (tomada agora, mas com reflexo no futuro), aliado à inércia e à crença infundada na força de vontade futura faz com que muitas pessoas deixem de formar uma poupança previdenciária. A consequência dessa decisão só será evidenciada no momento da aposentadoria.

Razão vs. emoção – Segundo a especialista, que também é membro do Núcleo de Estudos Comportamentais (NEC) da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), toda pessoa tem dois sistemas dentro de si: um instável, que executa e busca resultados em curto prazo; e outro mais estável, que pondera, direcionado ao longo prazo. “É a emoção vs. a razão. O ideal é fazer os dois trabalharem juntos para que se tome as melhores decisões possíveis”, explica. Para melhorar escolhas econômicas, Vera Rita aconselha que haja interação entre as ações que impactam no curto e no longo prazo. Dessa forma, é possível ter satisfação tanto no presente quanto no futuro. Outra forma seria poupar capacidade cognitiva para decisões mais importantes da vida, como comprar um apartamento, casar, planejar a aposentadoria etc. Trocar ideias com pessoas de confiança também colabora na hora de driblar os impulsos econômicos, pois elas terão um olhar mais frio da situação.

Palestrante – Autora de cinco livros sobre economia comportamental, Vera também é consultora independente; membro do Research Committee of International Network for Financial Education (INFE); membro da Organisation for Economic Cooperation and Development (OECD); e representante da International Association for Research in Economic Psychology no Brasil.